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'Bom continuísmo' e transparência na gestão

Queda na fila da creche em SP é exemplo de civismo

arquivos | 18 fevereiro 2020

‘Bom continuísmo’ e transparência na gestão

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Um exemplo de boa ação governamental é quando há prosseguimento, ao longo de diferentes mandatos, de iniciativas que beneficiem a população, sem que um gestor tenha receio de dar crédito a outro. Trata-se de uma grande virtude quando o homem público deixa de lado as diferenças partidárias para preservar o que funciona, apostar naquilo que é bom. Mas, em política, às vezes isso não ocorre — é preciso então ressaltar quando existe o compromisso cívico, mesmo sob o risco de o mérito ser compartilhado com outras pessoas.

Observo isso para comentar dado interessante sobre a cidade que veio a público recentemente e reflete esse bom continuísmo: a Prefeitura de São Paulo anunciou pela primeira vez uma fila para vagas em creches abaixo de 10 mil crianças. O resultado é mérito da gestão atual, daquelas que a antecederam e das equipes que passaram pela secretaria de Educação em todo esse tempo.

Na creche a criança tem assistência adequada ao desenvolvimento motor e cognitivo, interage e desenvolve sua sociabilidade. Há outro papel muito importante desse estabelecimento de ensino: permitir aos genitores e às mães, em especial, condição de exercer atividade profissional.

Muito já ouvi de pais que têm essa oportunidade: como traz segurança poder deixar sua filha ou filho sob os cuidados especializados que a creche oferece. O que é bem significativo nos dias em que vivemos, com o país buscando recuperação econômica e as taxas de desemprego e trabalho informal presentes na realidade paulistana.

Quando nossa equipe esteve na prefeitura tratamos a questão das filas nas creches considerando dois parâmetros: da transparência e da prioridade entre as ações do município. Em 2007 implementamos a divulgação da fila de espera, o que permite à população entender o alcance do problema.

Em reportagem nesta Folha, dados da Secretaria Municipal da Educação mostram que a fila em dezembro era de 9.600 crianças —menos 51% em relação ao ano anterior.

Entre 2005 e 2012, nossa gestão entregou 73 novos Centros de Educação Infantil para o atendimento na modalidade creche. Também promovemos expansão de convênios com entidades sem fins lucrativos para o atendimento às crianças, sempre acompanhada de supervisão do padrão de qualidade e normatização dos serviços. Firmamos 633 novos convênios. Além disso, destaco também a entrega de 68 Escolas Municipais de Educação Infantil para o atendimento à pré-escola.

No período da nossa gestão, foram 150 mil novas matrículas, uma expansão de 250% no volume de vagas nas creches. Ampliamos a previsão orçamentária para este fim e, em 2012, o orçamento para creches chegou a R$ 1 bilhão, avanço significativo em relação a 2004. Existem ainda pouco menos de 10 mil crianças fora da creche em São Paulo. Que todos só descansemos quando essa fila desaparecer ou for efetivamente residual. E que floresçam cada vez mais nos governos os conceitos de transparência e continuidade daquilo que traz resultado à população.

Artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, em 18/02/2020