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XVII Bienal Panamericana de Arquitetura Quito 2010

XVII Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito 2010

Prêmio Habitação Social e Desenvolvimento Urbano, da Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito 201o

premios | 19 setembro 2017

XVII Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito 2010

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30/11/2010
Prêmio XVII Bienal Panamericana de Arquitetura Quito (Equador)

Cantinho do céu e Paraisópolis vencem concurso mundial da Bienal de Quito

Os projetos de urbanização de Paraisópolis e do Cantinho do Céu foram os grandes vencedores da XVII Bienal Panamericana de Arquitetura de Quito, Equador, realizada de 15 a 19 de 2010. As duas comunidades foram premiadas na categoria “Habitat Social y Desarrollo Urbano” (Habitação Social e Desenvolvimento Urbano), única modalidade internacional do evento. A bienal premiou as práticas mais relevantes para eliminação da pobreza urbana e inadequação habitacional promovidas por cidades latinoamericanas.

O projeto de urbanização de Paraisópolis, comunidade na zona sul de São Paulo, foi o grande vencedor, por meio do projeto do escritório Elito Arquitetos Associados. Em segundo lugar, ficou o Viviendas con Corazón – Programa de Mejoramiento Integral de Barrios (Casas com Coração – Programa de Melhoramento Integral de Bairros), aplicado em assentamentos na Colômbia. O programa de urbanização do Cantinho do Céu, também na zona sul, com projeto de Marcos Boldarini, ficou em terceiro.

“Os vencedores foram escolhidos segundo a forma como são geridos o solo e o espaço público, a sustentabilidade ambiental e a conservação das unidades”, explicou a organização da bienal na justificativa da premiação. A seleção contou com grandes nomes da arquitetura mundial, como Maria Rasmussen, da Suécia, e o arquiteto Manuel Ramos, do Equador.

A bienal premiou projetos em sete categorias: Desenho Arquitetônico, Desenho Urbano, Habitação Social e Desenvolvimento Urbano, Reabilitação e Reciclagem, Crítica de Arquitetura e Publicações Especializadas. Os vencedores tiveram seus projetos expostos no centro metropolitano histórico de Quito.

Cantinho do Céu

A urbanização do Cantinho do Céu foi definida na bienal de “projeto entre a casa e a água”. O Cantinho é uma ocupação irregular da década de 1980, com área de 1.543.761 m², o equivalente à do parque Ibirapuera, às margens da represa Billings, responsável pelo abastecimento de 3,8 milhões de paulistanos. Além de oferecer condições precárias às 9.789 famílias que vivem no local, o assentamento provoca graves prejuízos ambientais a toda cidade.

Atualmente, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) desenvolve, em estágio avançado, a execução obras de drenagem, esgoto, implantação de guias e sarjetas, pavimentação, obras de contenção em áreas de risco e de urbanização. O orçamento do programa é de cerca de R$ 120 milhões. O projeto de Boldarini propõe a ocupação da margem da represa, onde vivem centenas de famílias, com espaços de lazer e convivência, o que permitirá a manutenção da área mais frágil da comunidade. As obras já executadas incluem pista de skate, campo de futebol, praça, três deques, sendo um flutuante, espaço para capoeira e dança de rua, passarela de madeira e área para estacionamento. A conclusão dos trabalhos está prevista para 2012.

Paraisópolis

Paraisópolis é a segunda maior comunidade informal de São Paulo, com cerca de 19 mil domicílios. Iniciado em junho de 2006, o programa Nova Paraisópolis tem orçamento total de R$ 528,7 milhões. Prevê o reassentamento de mais de 3.000 famílias para eliminação de áreas de risco e abertura de vias, instalação de diversos equipamentos sociais e a construção de 3.168 unidades habitacionais.

Entre as obras, estão a construção de um trecho da Via Perimetral, de um Centro de Educação Infantil (CEI), Unidade Básica de Saúde (UBS), uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA), um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS). O governo do Estado conclui ainda uma Escola Técnica Estadual (ETEC).

Na Bienal de Quito, os projetos vencedores foram os concebidos pelo arquiteto Edson Elito. Antes do evento equatoriano, Paraisópolis já havia sido destaque na Bienal de Roterdã, assim como o Cantinho do Céu, na Bienal de Veneza, além de ter sido premiado como “Melhor da Arquitetura 2010” pela Editora Abril.

Após a bienal, os representantes da Sehab foram convidados pela Empresa Metropolitana de Habitat y Vivienda de Quito para uma reunião sobre os programas habitacionais da Prefeitura de São Paulo, onde foram abordados temas como urbanização, Plano Municipal de Habitação e intercâmbio de experiências.