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Rumo à Habitat III

Encontro Rumo à Conferência Habitat III

No dia 2 de março de 2016, o Ministro das Cidades Gilberto Kassab discursa na abertura do Encontro Internacional Rumo à Conferência Habitat III, em São Paulo. O evento, com a participação do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), discute sustentabilidade e direito à cidade, além de debater a posição do Brasil em relação às propostas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Habitat III – a 3a Conferência da ONU sobre Moradia e Desenvolvimento Sustentável – acontecerá em outubro em Quito, no Equador.

arquivos | 02 março 2016

Encontro Rumo à Conferência Habitat III

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É muito gratificante estar junto com vocês para mais um Encontro Internacional Rumo à Conferência Habitat III, que se realizará em outubro em Quito. Aqui estamos nós para falar, discutir e procurar entender melhor os problemas e desafios do desenvolvimento desse espaço complexo e desafiador, a cidade, que é, como diz o sociólogo americano Robert Ezra Park, …“a mais consistente e, no geral, a mais bem sucedida tentativa do homem de refazer o mundo onde vive, de acordo com o desejo de seu coração”.

As palavras de Robert Park, um apaixonado por esse universo onde vivem hoje, apenas no Brasil, mais de 80%  dos brasileiros, não terminam por aí. “É aqui, nas cidades” – diz ainda o sociólogo – “que o homem está condenado a viver”. E complementa: “… Condenado e sem nenhuma ideia clara da natureza de sua tarefa, pois ao fazer a cidade o homem se refez a si mesmo”.

E é assim, com desejos no coração, que nos refazemos, e reinventamos as nossas cidades desde sempre. Como dever de cidadãos nos compete construir, mudar, realinhar as cidades com as nossas necessidades. Os nossos direitos.

SP 01/03/2016. Ministro das Cidades Gilberto Kassab participa da abertura do Encontro rumo à Conferência Habitat III. Foto: Bruno Peres/Min. Cidades.

O Direito à Cidade não se doa, se constrói e se conquista! E se sustenta com diálogo. Com muito trabalho. E quando necessário – quando as ênfases de participação são necessárias -, com democráticas manifestações de rua.

No mundo todo, ao longo dos tempos, sempre foi assim. Vemos ainda hoje, num mundo globalizado – pacificado ideologicamente desde a queda do muro de Berlim – que as cidades são desiguais, vivem tensões e conflitos. Convivem com suas particularidades, costumes, culturas e costumes. Faz parte da sua história grandes encontros, avanços, embates e transformações.

Assim se dá o desenvolvimento.

E é para discutir desenvolvimento, que a cada 20 anos, desde a primeira Conferência Habitat, em Vancouver, em 1976, que a ONU vem estimulando esses encontros. Para que troquemos experiências, caminhemos juntos em algumas soluções e, assim, possamos ir nos reinventando, aperfeiçoando políticas urbanas e refazendo as cidades para melhor servir, atender os cidadãos.

O governo brasileiro tem participado de todas as etapas de preparação do Habitat III. Faz isso aberta e democraticamente.

A construção do nosso Relatório Nacional, o qual lançamos hoje, deu-se de maneira inclusiva, por meio do Conselho Nacional das Cidades, com transparência e de forma participativa, em plataforma online. E com a realização, em Brasília, do Seminário Nacional, exclusivo para esta Conferência, em fevereiro de 2015.

Esse espírito de trabalho conjunto, solidário, inclusivo, marcou todo o processo que orientou o posicionamento brasileiro nos Comitês Preparatórios de setembro de 2014, em Nova Iorque; e em Nairobi, em abril de 2015.

Nós, brasileiros, governo, sociedade e entidades sociais, contribuímos. E é natural que esperemos resultados. Mas vemos ainda progressos modestos para uma urbanização mundial de fato sustentável.

 

Apesar de avanços no entendimento do desenvolvimento urbano, a existência desta agenda, em termos internacionais, não tem sido – por si só – capaz de aprofundar questões urbanas como transporte, gestão da água, resíduos sólidos e saneamento básico; assim como financiamento da gestão municipal, energia, poluição, segurança, infraestrutura urbana.

Apesar de, nos últimos 12 anos, o governo federal ter investido grandes recursos, por exemplo, em moradia, mobilidade urbana, saneamento e políticas sociais, o cidadão pede mais. E é para atender os cidadãos, e entender cada vez melhor como planejar, gerir e administrar as cidades, que nós estamos aqui.

Vamos em frente, nos reinventando e refazendo as nossas cidades! Lutando e vencendo as desigualdades e tornando-as cada vez mais justas. Com trabalho e esperança no coração.

São Paulo, 02 de março de 2016