Internet das Coisas
Internet das Coisas: sai plano desenvolvido na gestão Kassab
Elaborado a partir de estudos e consultas à sociedade que tiveram início em 2016, o plano se tornou realidade, com a publicação de decreto do Governo Federal.
noticias | 27 junho 2019
Construído com muito cuidado durante a gestão de Gilberto Kassab no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Plano Nacional de Internet das Coisas se tornou realidade nesta quarta-feira (26), com a publicação de decreto do governo federal. O Plano Nacional de IoT (da sigla em inglês para “Internet of Things”, Internet das Coisas) começou a ser elaborado pela gestão Kassab em 2016, em parceria com o BNDES e a consultoria Mckinsey, e estabelece diretrizes que preparam o País para desenvolver o segmento baseado nessa tecnologia, que envolve a conexão de objetos e sistemas.
“Esse segmento já está em franca expansão por força do desenvolvimento tecnológico e a pesquisa e desenvolvimento promovidos pela indústria, mas é papel do governo preparar as bases para que o país alcance novos patamares, em um mundo altamente conectado e em constante evolução”, diz o ex-ministro Gilberto Kassab.
Ele ressalta que a Internet das Coisas se relaciona também à Estratégia Digital Brasileira, elaborada na gestão encerrada em dezembro e que traz diretrizes para desenvolvimento da economia digital. “Essas ações foram realizadas com diálogo junto à sociedade, em consulta à academia e ao setor empresarial”, afirmou.
A Internet das Coisas está presente, por exemplo, em cidades inteligentes, aperfeiçoando a mobilidade urbana (como o melhor funcionamento de trens ou redes de metrô e a possível sincronização semafórica para o tráfego de serviços de urgência) e no agronegócio (com agricultura de precisão elevando a sua produtividade), e inúmeras outras aplicações.
O segmento estima movimentar até 2025 cerca de 11 trilhões de dólares, segundo dados utilizados na concepção do plano brasileiro. Além disso, até lá serão cerca de 50 bilhões de dispositivos interconectados – máquinas “em diálogo”, com os países em desenvolvimento respondendo por até 38% desses números.
Com o plano, o Brasil é pioneiro entre os países em desenvolvimento ao indicar estratégias guiando o setor público no aproveitamento de tecnologias relacionadas a IoT e também ações indutoras de crescimento. “O Plano compreendeu trabalho intensivo de coleta e avaliação de dados, envolvendo o Ministério, o BNDES e a consultoria. Com isso, delimitaram-se por exemplo as oportunidades e fragilidades no país, construíram-se as diferentes ‘verticais’ para o desenvolvimento de IoT e o desenho expresso no decreto”, explica Maximiliano Martinhão, que foi secretário de Políticas de Informática na gestão de Kassab e atualmente é assessor especial do MCTIC.
O plano estabelece seis linhas mestras para articular o setor, como capacitação profissional, viabilidade econômica, tecnologia e infraestrutura de conectividade e cria uma Câmara de governo para acompanhar iniciativas para desenvolvimento de IoT. Ligado à Estratégia Brasileira para a Transformação Digital, decreto publicado no ano passado, vai crescer com a futura implementação da telefonia 5G, padrão ao qual o Brasil se prepara para aderir quando estiver disponível.
De acordo com o decreto, o MCTIC, a partir de critérios de oferta, de demanda e de capacidade de desenvolvimento local, irá apontar as áreas prioritárias para aplicações de soluções de IoT, incluindo, no mínimo, os ambientes de saúde, de cidades, de indústrias e rural.
Além da Câmara principal de Internet das Coisas, cada área ou “ambiente” terá uma câmara de governança. A Câmara da Indústria 4.0 foi inaugurada em abril de 2019 e seus grupos de trabalho já estão se reunindo com o objetivo de propor ações em prol da indústria brasileira. A Câmara do Agro 4.0 deverá ser inaugurada em julho e será coordenada em conjunto pelo MCTIC e Ministério da Agricultura. As Câmaras Saúde 4.0 e Cidades 4.0 serão as próximas a serem implementadas.
Fonte: PSD