O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, destacou o papel do Congresso Nacional na condução de medidas de enfrentamento às crises econômica e do coronavírus, e também ressaltou a postura recente do presidente Jair Bolsonaro, evitando atritos com outros poderes. Kassab participou na tarde desta sexta-feira (31) de live com a revista “IstoÉ” e conversou com o editor da publicação, Germano Oliveira.

“O Congresso tem tido protagonismo e celeridade na aprovação dos temas importantes, como a recente prorrogação do Fundeb, fundamental para o país”, disse Kassab, que também destacou a participação do PSD nas discussões.

O ex-ministro foi questionado sobre perspectivas do partido para as eleições deste ano e ressaltou que o PSD deve ter candidaturas na maioria das capitais. Lembrou que Andrea Matarazzo é pré-candidato em São Paulo e afirmou que a sigla se prepara com rigor para seguir como uma das cinco principais do país.

Para o ex-prefeito de São Paulo, a equipe econômica deve ter “sensibilidade para a discussão de investimentos sociais e medidas para preservação de emprego e renda”.

Em sua opinião, “o quadro pós-pandemia deverá ser muito preocupante. Creio que o impacto na economia seguirá expressivo nos próximos meses”, disse, destacando a necessidade também de apoio ao empreendedorismo e aos micro e pequenos empresários, e o papel de Guilherme Afif Domingos, fundador do PSD, no Ministério da Economia.

Kassab também defendeu a necessidade de cautela com a questão do equilíbrio fiscal e a taxação e criação de tributos. Contudo, enfatizou a necessidade de “encontrar ponto de equilíbrio”. “É evidente que a saúde das contas públicas é fundamental e sempre defendi isso. Mas o Brasil precisa enfrentar a questão da crise econômica e a possibilidade de ter 30 milhões de indigentes. Não é aceitável. Precisamos de esforço e criatividade, que tenho certeza que o país terá”, afirmou.

Kassab ressaltou a importância da postura do presidente Jair Bolsonaro nas últimas semanas, com mais diálogo com a sociedade e outros poderes e menos geração de conflitos por conta de declarações do mandatário. E apontou a importância de conciliação e moderação, em especial em um momento de crise.

Kassab ressalvou, no entanto, que não concorda com Bolsonaro quando se trata de avaliar a epidemia da covid-19. O presidente tem minimizado desde o início o alcance da crise da covid-19 e a transmissão da doença. “A postura do presidente em relação à pandemia não é correta. Não é possível que o mundo inteiro esteja errado e apenas o governo brasileiro esteja certo”, disse.

O jornalista também quis saber a opinião do ex-ministro sobre a polêmica em torno da cloroquina no combate ao coronavírus, defendida por Bolsonaro, embora não haja comprovação científica da sua efetividade. “Sou filho de um médico e entre outras coisas fui ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, então aprendi a ouvir os médicos e os cientistas. Acredito no que dizem esses especialistas. E acho importante que se faça isso”, disse.